O Poderoso Café (Letra) – Paula Cavalciuk


O Poderoso Café (Letra) – Paula Cavalciuk
Letras da musica:
Você saiu correndo, nem esperou o café
Disse
“tô com pressa, não dá tempo, não dá pé”
Eu me espreguiçando, nem tentei entender
Olhei pra sua xícara vazia e pensei
“tal qual a vida do meu bem”

Hoje que você consiga ser o que precisa ser
Convença os personagens
Desse seu filme clichê
Pague as contas, pegue a grana
Engula os sapos, mas pra quê?
Também não sei
Com pessoas e momentos
Que dispensem sua atuação
Já não consegue se envolver
Se divertir, então
Quem tá com pressa, hoje
Marlon brando, sou eu

Aquele meu escravo displicente e sisudo
Hoje eu desconheço, até parece que é mudo
De seu proprietário
Um proletário e o sistema
Controla sua vida, sua mente pequena
Mas sem chicotes, nem algemas
Que pena!

Hoje que você consiga ser o que precisa ser
Convença os personagens
Desse seu filme clichê
Pague as contas, pegue a grana
Engula os sapos, mas pra quê?
Eu não sei
Com pessoas e momentos
Que dispensem sua atuação
Já não consegue se envolver
Se divertir, então
Quem tá com pressa, hoje
Marlon brando, sou eu

Pará (Letra) – Paula Cavalciuk

Letras da musica:
Pare com a dor, para curar a dor, curandeira
Chá de flor
Capim cidreira
Ferve flor
E peneira

Repare que a dor de quem pari, só parindo para
Pare dor
Parideira
Pari amor
Vida inteira

Pálpebra, poro, pupila, mamilo, pulmão
Dilatou
Choradeira
Pare o choro
Mamadeira

Para o pará parti para parir meu guri
Tacacá
Na ribeira
Boi-bumbá
Macaxeira

Parte do amor que reparto, hoje parte com ela
Parte amor
Parte inteira
Parte amor
Ah, que pena

Morte e Vida Uterina (Letra) – Paula Cavalciuk


Morte e Vida Uterina (Letra) – Paula Cavalciuk
Letras da musica:
Ela chegou quando eu era menina
Uns chamam morte, pra outros é vida
Pouco eu sabia da triste rotina
Morte e vida uterina

Me despedi da criança franzina
Cresceram pelos nas pernas, virilha
Eu hospedava uma estranha inquilina
Morte e vida uterina

Morte
Por vezes desejei, quem sabe num ato de sorte
Banhar-me em meu sangue até esgotá-lo num pote
Fugir por uma veia fina alargada no corte

Como uma fêmea, cadela no cio
Eu caminhava por entre assovios
Nunca entendi quem por mim se atraía
Morte e vida uterina

Meu corpo infante, que então era puro
Passou a ter domínio público
Meu endereço era agora uma esquina
Morte e vida uterina

Morte
Por vezes desejei, quem sabe num ato de sorte
Banhar-me em meu sangue até esgotá-lo num pote
Fugir por uma veia fina alargada no corte