Eternas Ondas – Zeca Baleiro


Letra & VideoClip Oficial da Musica:
Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio tão furioso
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais

Devorando árvores, pensamentos seguindo a linha
Do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso
E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar
E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar

Devorando árvores
Pensamentos seguindo a linha

Ave de Prata – Zeca Baleiro


Letra & VideoClip Oficial da Musica:
É muito mais do que muito
Muito mais do que quantos anos todos piorei
É muito mais do que mata
Muito mais do que morrem todos pela planta do pé

É muito mais do que fera
Mais do que bicho quando quer procriar
Uma espécie, sementes da água, mistérios da luz

É muito mais do que antes
Mais do que vinte anos multiplicar
Dividir a mentira
Entre cabelos, olhos e furacões

Inventar objetos
Pela esfinge quando era mulher
Ave de prata
Veneno de fogo
Vaga-lume do mar

O mar que se acaba na areia
Gemidos da terra apoiados no chão

Entre todos que usam os dentes do arpão
Apoiados em cada parede pela mão
Pela mão, que criou, tantas trevas e luz

E cada coisa perdida
Perdidamente pode se apaixonar
Pela última vida
Poucos amigos hão de te procurar

Como é o silêncio?
E nesse momento, tudo deve calar
Numa história que venha do povo
O juízo final

A Terceira Lâmina – Zeca Baleiro


Letra & VideoClip Oficial da Musica:
É aquela que fere
Que virá mais tranquila
Com a fome do povo
Com pedaços da vida
Como a dura semente
Que se prende no fogo
De toda multidão
Acho bem mais
Do que pedras na mão
Dos que vivem calados
Pendurados no tempo
Esquecendo os momentos
Na fundura do poço
Na garganta do fosso
Na voz de um cantador

E virá como guerra
A terceira mensagem
Na cabeça do homem
Aflição e coragem
Afastado da terra
Ele pensa na fera
Que o começa a devorar

Acho que os anos
Irão se passar
Com aquela certeza
Que teremos no olho
Novamente a ideia
De sairmos do poço
Da garganta do fosso
Na voz de um cantador

E virá como guerra
A terceira mensagem
Na cabeça do homem
Aflição e coragem
Afastado da terra
Ele pensa na fera
Que o começa a devorar

Heiá! Oh! Oh!
Heiá! Oooooooh!
Na voz de um cantador

Vila do Sossego – Zeca Baleiro


Letra & VideoClip Oficial da Musica:
Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam
Em seus papiros papillon já me dizia
Que nas torturas toda carne se trai
E normalmente, comumente, fatalmente, felizmente
Displicentemente o nervo se contrai
Oh, com precisão

Nos aviões que vomitavam pára-quedas
Nas casamatas, casas vivas, caso morras
E nos delírios meus grilos temer
O casamento, o rompimento
O sacramento, o documento
Como um passatempo quero mais te ver
Oh, com aflição

Meu treponema não é pálido nem viscoso
Os meus gametas se agrupam no meu som
E as querubinas meninas rever
Um compromisso submisso, rebuliço no cortiço
Chame o padre Ciço para me benzer
Oh, com devoção

A Dança Das Borboletas – Zeca Baleiro


Letra & VideoClip Oficial da Musica:
As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
Quem vai voar não quer dançar
Só quer voar, avoar, avoar
Quem vai voar não quer dançar
Só quer voar, avoar

E as borboletas estão girando
Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer cair
Só quer girar, não caia!
Quem vai girar não quer cair
Só quer girar, não caia!

E as borboletas estão invadindo
Os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris, se sabe o que é

Desesperança (Sobre Poema De Sousândrade) – Zeca Baleiro


LETRA DA MUSICA
Eu queria ter os lábios sábios
E poder saber dizer palavras belas
E como um pintor achar, prender as cores
Entre flores luminosas, amarelas

Eu queria ser só ritmo e som
Ouvir a clara, lúdica música das esferas
E matar os medos na raiz
E feliz cantar rondós sem dor
Depois de ter domado as feras

Eu queria poder rir e celebrar o amor
Beber, brindar à vida
Esquecer a funda ferida
Só por um segundo
Crer que enfim o mundo
É um lugar gentil
Pros meus, pros seus
Eu queria que Deus acordasse
Do seu sono profundo

Ó tarde dos meus dias!
Ó noite da minha alma!
A vida era tão calma
Aqui na solidão!
Ó tarde dos meus dias!
Ó noite da minha alma!
A vida era tão calma
Em paz na solidão!

Eu queria que o amor
Significasse mais que amor
Somente uma palavra bela
Que vaga ao relento
Nos sonetos, guetos da poesia, romances na tela

Ser afeito ao afeto, farto, forte, franco
Repleto de emoções sinceramente sentidas
Viver todas as vidas com a intensidade
De mil corações

Para além deste comércio infecto
De tatos, gostos e olfatos
Esse teatro pífio, ímpio, falho, tosco, triste
Queria gritar o grito que existe
Silenciado na garganta

Enquanto a alma canta
Por todo gesto gasto e terno
Que quer o eterno éden
Neste inferno idem
Tola vida em suma, vida uma
Coisa alguma sem nenhuma
Mínima chance de redenção